Sobre o LAPA

O LAPA (Laboratório de Estudos e Práticas da Autogestão), muito modestamente, se propõe como um pequeno círculo de amigo(a)s e camaradas que possuem vínculos, afinidades, afetos e interesses em comum em torno do tema da auto-organização popular, talvez, como uma via possível para a emancipação de todos os subalternos e trabalhadores. Assim, é uma aposta simultânea na amizade e na revolução.

Por hora, o LAPA não se constitui como um coletivo, uma entidade ou uma organização, ainda que em potecial possa vir a ser isso ou outras coisas que nem sequer imaginamos. Como círculo, temos vínculos que nos unem para além do espaço que nos separa. Os estudos e ações que compartilharemos como círculo pode inclusive dar fôlego e alento para a formação e/ou consolidação de iniciativas coletivas e/ou individuais, nos mais distintos lugares onde nos situamos como vizinhos, estudantes, trabalhadores, etc.

A idéia de Laboratório, até agora sugerida, nasce como uma metáfora que se orienta pela dimensão experimentalista que carrega todo laboratório – e isso nos interessa particularmente, experimentar idéias e práticas, aprender e se apropriar do melhor dos processos políticos e sociais dos mais diversos movimentos de liberação que se levantaram contra todas as ordens e esquemas de dominação (inclusive os de esquerda). E mais: nosso laboratório é de bolso, se materializa e desmaterializa segundo determinadas condições ambientais e temperamentais, e talvez seremos muito mais tomados e possuídos pelas experiências do que a dissecaremos e a controlaremos, ao contrário do que ocorre com os homens-de-guarda-pó.

E se nos lançaremos a estudar e praticar a autogestão é porque ela todavia nos parece ser a melhor forma encontrada pelos dominados até hoje para que a terra, os meios de produção, o trabalho e a política (com ou sem o Estado) não se converta em monopólio e privilégio de uns poucos, e logo, instrumento de dominação, opressão e submissão de classe, casta, grupos ou camarilhas. E para isso é importante que nos alimentemos das teorias e narrativas que fundaram a autogestão como um princípio político, e que transcende, aliás, muitos projetos políticos ou ideologias (como o anarquismo e o comunismo); e ao mesmo tempo buscar compreender os caminhos e as vicissitudes das experiências de autogestão que tiveram curso, especialmente, na história moderna.



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A ocupação do prédio do INSS no Santo Cristo, que estava de 20 a 15 anos inutilizado, ocorreu
na madrugada de domingo para segunda-feira. O segurança não estava presente no local, depois
descobriu-se que ele havia ganho dispensa devido as eleições. Tudo ocorrera em paz.
Por volta das 8:30 da manhã a Polícia Federal e a Polícia Militar chegaram à Ocupação
Guerreiro Urbano, arrombando as portas, quebrando correntes e cadeados.

A ação foi realizada por um delegado e policiais que NÃO USAVAM SUAS IDENTIFICAÇÕES e ESTAVAM SEM MANDATO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, conforme exige a lei referente à ocupação de imóveis abandonados.
Militantes que exigiram que o delegado se identificasse tiveram fuzis apontados para os seus corpos e
foram atingidos por spray de pimenta. Tanto delegado (da PM) e o comandante (da PF) não se identificaram.

Os policiais militares que ficaram no local fazendo a segurança do prédio, após o desalojo, apontavam metralhadora contra um grupo de sem-tetos e militantes pacífico e desarmado, entre os quais haviam senhoras de idade, bebês e gestantes

O evento foi divulgado em Blogs e no CMI (.http://pelamoradia.wordpress.com/category/rio-de-janeiro/) Passei ontem pela tarde no seminário internacional do Enlace (corrente do PSOL),que ocorria aqui no Rio, para entrar em contato com representantes dos mandatos de Chico Alencar e Marcelo Freixo. Ambos se comprometeram a divulgar o evento nos boletins de seus respectivos mandatos, bem como fazer falas na Câmara de Brasília e na Alerj para criticar o absurdo ocorrido. Uma matéria também deve sair no jornal Brasil de Fato.

Quem puder contribuir para a divulgação do ocorrido nos órgãos da imprensa, ampla, estudantil, sindical, partidária, etc, estará contribuindo para que este caso ganhe visibilidade e um novo absurdo autoritário e anti-constitucional como esse não volte a ocorrer. Militantes experientes nunca tinham presenciado uma desocupação tão truculenta e, repito, ilegal, Anti-Constitucional. Estou buscando as fotos da repressão, quem se interessar, fale comigo ou com os demais "apoios" do movimento sem-teto.

Também saiu uma matéria no jornal Extra, com o discurso típico de criminalização dos movimentos sociais.
Ocultaram notícias fundamentais, como o desarmamento dos militantes e ocupantes e a iligalidade da ação
policial. Organizações Globo, era de se esperar...
http://extra.globo.com/rio/materias/2010/11/01/policia-expulsa-cerca-de-100-ocupantes-de-predio-em-santo-cristo-onde-havia-posto-do-inss-922927522.asp
Reforço a importância da solidariedade de todos ao movimento sem-teto do Rio, que sofre em um momento de fortalecimento
da repressão estatal. Continuem ligados na possibilidade de mobilização.

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